A ficção como antropologia especulativa
uma leitura de “El Entenado”, de Juan José Saer
Palavras-chave:
Ficção, antropologia especulativa, Juan José Saer, El entenadoResumo
Nosso interesse nesta investigação é evidenciar o potencial da ficção como uma antropologia especulativa. Para tanto, vamos partir do conceito de ficção, desenvolvido numa obra ensaística do autor argentino Juan José Saer, intitulada El concepto de ficción, lançando mão, ainda, de um romance do mesmo escritor, intitulado El entenado. Nessa perspectiva, a leitura e a revisão bibliográfica sobre a temática da ficcionalidade literária vão dar-nos apoio teórico suficiente para ver de que modo a ficção se mantém à distância, tanto dos “profetas de lo verdadero como de los eufóricos de lo falso”, como insiste Saer, sem pretender nada de antemão, para propor uma ética da verdade. Assim, Saer, assegura para si, com El entenado, a possibilidade de mover-se entre eventos históricos, ativando a fabulação criadora, que regula e estrutura acontecimentos, articulando aos acontecimentos da vida a reversibilidade do tempo, a percepção que o ser humano tem de si e do entorno, no cruzamento com as culturas e no mundo que habitam as civilizações. Por conseguinte, problematizam-se as mudanças recíprocas entre imaginação e vida, o jogo entre pensante e pensado, as relações sujeito-objeto, continente-conteúdo. Provocam-se a imaginação e a enunciação, num salto entre a realidade objetiva e suas múltiplas possibilidades.
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