Autossuficiência romanesca: a resistência da heroína desiludida em Thérèse Desqueyroux, de François Mauriac

Autores

  • Carla Alexandra Ezarqui Mestre em Estudos Literários. UNESP – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Faculdade de Ciências e Letras - Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Araraquara – SP – Brasil. 14800-901
  • Andressa Cristina de Oliveira UNESP – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Faculdade de Ciências e Letras – Departamento de Letras Modernas. Araraquara – SP – Brasil. 14800-901

Palavras-chave:

François Mauriac, Narrativa francesa, Desilusão, Autossuficiência, Resistência,

Resumo

Objetiva-se com este artigo analisar o romance Thérèse Desqueyroux, de François Mauriac, cujo universo ficcional é marcado pelo sentimento de abandono das personagens protagonistas, bem como por um consequente desligamento de sua familia, refletido em uma conduta social esvaziada do outro e, por vezes, de valores morais. O conflito da protagonista Thérèse é desencadeado tanto pelo angustiante caráter inessencial de sua existência, quanto pela inadaptação a sua família, para a qual esse sentido está centrado na propriedade privada, no status social e na religião. Partindo do desajuste de Thérèse, determinado pela desproporção entre alma e destino, analisar-se-á, de maneira pormenorizada e com base em A teoria do Romance, de Georges Lukács, em que medida a autossuficiência da subjetividade desta heroína moderna determina seu posicionamento na sociedade, tendo em vista que os interesses individuais, no romance em questão, são sobrepostos a quaisquer outros coletivos.

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Publicado

16/09/2020

Edição

Seção

Artigos