1921 e cem anos depois
alguns ecos de Batouala no Brasil
Mots-clés :
Batouala, Torto Arado, Arqueologia, ColonizaçãoRésumé
Neste artigo, buscamos refletir sobre os ecos do romance Batoula, no Brasil, cem anos depois, levando-se em consideração a sua importância como primeiro romance negro, escrito por um negro. A necessidade desta discussão ancora-se no fato de a referida obra ter, no ano de 2021, completado um centenário de publicação e premiação com uma das recompensas mais expressivas das literaturas de língua francesa e mundial, o Goncourt. Para estas ponderações, seguiremos dois caminhos: o primeiro, que dá relevo à arqueologia do texto literário dito “francófono”, no dizer de Allouache (2018), observando a obra de René Maran como autor de língua francesa, não francês, a obter reconhecimento internacional, provocando amor e ódio entre leitores dos Departamentos e Territórios Ultramarinos, entre os da metrópole, -a França-, e por extensão, da Europa (RUBIALES, 2005); no segundo caminho, estabelecemos um diálogo entre a obra Batouala e a literatura brasileira publicada nestes últimos cem anos, resgatando nessa história, os escritores que contribuíram para a construção de uma literatura “verdadeiramente” brasileira, assim como se entende Batouala, de Maran, “un roman véritablement nègre”. Nessa esteira, deparamo-nos com Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, que dá voz aos condenados da terra (FANON, 2002), neste Brasil profundo, dentre outros.
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