Soberania fragmentada nas fronteiras amazônicas frente à crescente presença do narcotráfico: uma tragédia anunciada?
Palavras-chave:
Áreas não governadas, Fronteiras amazônicas, Crime transnacional, Forças Armadas,Resumo
O artigo visa problematizar a contribuição teóricoconceitual das áreas não governadas ou dos chamados black spots tendo como estudo de caso o crime organizado na região fronteiriça amazônica. Historicamente, a região observou baixo desenvolvimento e povoamento, o que a tornou um desafio ainda maior para o Estado brasileiro, não só em virtude do crescente crime transnacional, que tem cruzado a fronteira, mas também devido a necessidade de acompanhar, por meio de uma perspectiva mais profunda de desenvolvimento, as iniciativas de defesa e vigilância da região. Por um lado, a análise de documentos do UNDOC aponta que a região amazônica tem sido cada vez mais utilizada para o tráfico de drogas, armas e pessoas; por outro, a análise de programas governamentais e de operações policiais e militares, como a Operação Ágata, demonstra que estes devem vir acompanhados de ações voltadas para o desenvolvimento. Por fim, o artigo constata os inúmeros desafios oferecidos pela região, sobretudo no que se refere ao crime transnacional, e reforça a validade da matriz teórico-conceitual das áreas não governadas ou black spots para o entendimento e compreensão deste fenômeno.