Vírgulas em textos de alunos de 11 a 15 anos do Ensino Fundamental II

um estudo longitudinal

Autores

  • Luciani Tenani Universidade Estadual Paulista (UNESP), Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0002-8487-0825
  • Tainan Carvalho Universidade Estadual Paulista (UNESP), Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-e16232

Palavras-chave:

Vírgulas, sintaxe, prosódia, textos escolares, ensino fundamental II

Resumo

Neste artigo, objetivamos analisar presenças e ausências de vírgulas em uma amostra longitudinal de textos do gênero relato escritos por alunos de 11 a 15 anos do Ensino Fundamental II de uma escola no interior do estado de São Paulo. Partimos da hipótese de que a vírgula é empregada não só em razão de fronteiras sintáticas, mas também prosódicas. Os constituintes prosódicos são formados a partir de informações sintáticas e fonológicas, segundo princípios definidos no modelo teórico da Fonologia Prosódica. A caracterização de presenças convencionais e de ausências não convencionais das vírgulas foi feita a partir da identificação de fronteiras sintáticas em que deveriam ou poderiam ser colocadas vírgulas, tomando-se como referência uma gramática da língua portuguesa. Os resultados apontaram que a presença convencional da vírgula aumentou durante os anos de escolarização, como esperado. Porém, as taxas de presença e de ausência da vírgula se alteraram a depender do tipo de estrutura sintática e de haver fronteira de frase entoacional. As presenças da vírgula ocorreram em posições que predominantemente coincidiram com fronteiras de frase entoacional que também eram fronteiras sintáticas de orações. Já as ausências da vírgula ocorreram sistematicamente em posições que não apresentaram coincidência entre fronteiras sintáticas e prosódicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciani Tenani, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil

É professora na UNESP desde 1997, onde ministra disciplinas para graduação e pós-graduação. Fez graduação (1994), mestrado (1996) e doutorado (2002) em Linguística na UNICAMP, pós-doutorado (2013) em Linguística Aplicada na USP e livre-docência na UNESP (2016). No IBILCE/UNESP, foi chefe do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários, é vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos (2017-2021) e coordenadora do Laboratório de Fonética (desde 2013). É vice-líder do grupo de pesquisa “Estudos sobre a linguagem” (CNPq/UNESP). É presidente do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo, membro do Grupo de Trabalho “Fonética e Fonologia” da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL) e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq (desde 2010). Tem pesquisado, publicado e orientado dissertações e teses sobre os seguintes temas: prosódia do Português Brasileiro e processos segmentais variáveis, relação entre fonologia e ortografia, relação entre prosódia e pontuação.

Publicado

16/06/2023

Como Citar

TENANI, L.; CARVALHO, T. Vírgulas em textos de alunos de 11 a 15 anos do Ensino Fundamental II: um estudo longitudinal. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 67, 2023. DOI: 10.1590/1981-5794-e16232. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/16232. Acesso em: 26 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais