Fenômenos morfossintáticos variáveis

avaliação e ensino

Autores

  • Letícia Fionda Campos Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faculdade de Letras. Rio de Janeiro - RJ - Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5816-6009
  • Silvia Rodrigues Vieira Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faculdade de Letras. Rio de Janeiro - RJ - Brasil. https://orcid.org/0000-0002-3068-4322

DOI:

https://doi.org/10.1590/1981-5794-e13773

Palavras-chave:

sociolinguística, variação morfossintática, norma, avaliação, ensino

Resumo

Este artigo visa a analisar como os professores e os falantes da Língua Portuguesa em geral avaliam estruturas morfossintáticas variáveis e qual estatuto cada uma delas recebe (estereótipo, marcador ou indicador). O corpus é constituído por uma redação corrigida por dez professores e outros dez falantes cariocas. A investigação fundamenta-se, sobretudo, nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1972) e objetiva (i) definir o estatuto atribuído a certas estruturas morfossintáticas; (ii) verificar se essas estruturas são ou não estigmatizadas, descrevendo o que os indivíduos cultos tomam como norma-padrão e (iii) estabelecer uma relação entre o problema da avaliação e o ensino de Língua Portuguesa. A partir da análise realizada, verificou-se que, no âmbito do estabelecimento da norma-padrão, não há compatibilidade absoluta entre as escolhas dos participantes e o que se propõe usualmente como norma gramatical; em outras palavras, os participantes, professores ou não, usam, para corrigir a redação, critérios particulares em sua idealização de padrão linguístico (norma-padrão), e não apenas o que se divulga em manuais tradicionais (norma gramatical). Com base em tais resultados, o artigo propõe que, em contexto escolar, sejam consideradas as variedades cultas como ponto de partida para o estabelecimento da norma-padrão.

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Biografia do Autor

Letícia Fionda Campos, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faculdade de Letras. Rio de Janeiro - RJ - Brasil.

Graduada em Letras (português-inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012). Fez mestrado em Letras (Letras Vernáculas - Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2015) e doutorado em Letras (Letras Vernáculas - Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2020). Atualmente é professora na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

Silvia Rodrigues Vieira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faculdade de Letras. Rio de Janeiro - RJ - Brasil.

Professora associada (nível IV) do Departamento de Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da UFRJ, Bolsista de produtividade 2 do CNPq (2015; 2018). Foi Pesquisadora FAPERJ, contemplada nos Programas Jovem Cientista do Nosso Estado 2011 (2012-2015) e Cientista do Nosso Estado 2014 (2015-2018). Possui Doutorado (2002) e Mestrado (1995) em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa), além de Graduação em Português-Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). Atua nos Programas de Pós-graduação em Letras Vernáculas e no Mestrado Profissional em Letras, na UFRJ. Coordenadora de projetos de pesquisa nacional e de cooperação internacional (com destaque ao Grupo de trabalho da ALFAL - Projeto 21), organizadora de bancos de dados para análises linguísticas (Corpus Concordância; Moçambique, Fala-Escrita; Estilo), sua produção bibliográfica conta com organização de livros e periódicos, capítulos publicados em livros, artigos em periódicos e trabalhos em anais de congressos no âmbito nacional e internacional. Atua principalmente nas áreas da Sociolinguística, sobretudo no que se refere à descrição de variedades do Português, e do Ensino de gramática.

Publicado

08/03/2022

Como Citar

CAMPOS, L. F.; VIEIRA, S. R. Fenômenos morfossintáticos variáveis: avaliação e ensino. ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 66, 2022. DOI: 10.1590/1981-5794-e13773. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/13773. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais