Vozes e olhares de migrantes brasileiros na Europa
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-e13961Palavras-chave:
migração, narrativas de vida, brasileiros, EuropaResumo
Apesar da migração, cada vez maior, de brasileiros para a Europa, pouco espaço tem sido dado para que tais indivíduos textualizem suas experiências de vida, uma vez que eles são, em geral, representados por “porta-vozes” oficiais (especialistas, agentes governamentais, entre outros) ou reduzidos a números e estatísticas. Na contramão dessa tendência, o presente artigo tem como objetivo examinar e comparar, à luz da Análise do Discurso Francesa (ADF), com incursões na Análise Dialógica do Discurso (ADD), três narrativas de vida de migrantes brasileiros que vivem ou viveram na França e/ou em Portugal e/ou na Inglaterra, a fim de apreender as representações (de si, dos outros, do mundo) que eles constroem no/por meio do seu dizer. Considerando que cada sujeito é único e seu relato, singular, os resultados obtidos revelam diferenças na forma de contar e avaliar a experiência migratória, mas permitem também apreender aspectos comuns, tais como a definição do Brasil pela falta: falta de oportunidades, falta de qualidade de vida, falta de uma situação política favorável, o que leva os sujeitos ao deslocamento e faz da Europa um “porto seguro” para eles, inviabilizando um projeto de retorno.
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