O verbo ‘dar para’ como expressão de modalidade no português brasileiro
um estudo a partir da cartografia sintática e da semântica formal
DOI:
https://doi.org/10.1590/1981-5794-e19046Palavras-chave:
Dar para, Modalidade raiz, Modalidade, Cartografia Sintática, Semântica FormalResumo
O objetivo deste artigo é analisar usos modais do verbo ‘dar para’ do português brasileiro sintática e semanticamente, fundamentando a análise na cartografia sintática (Cinque, 1999, 2006; Cinque; Rizzi, 2008) e na semântica formal (Kratzer, 1977, 1991). Empregamos dois procedimentos metodológicos: (i) coleta e análise de 125 dados espontâneos da internet (na rede social X e sites de notícias) e (ii) elaboração de testes seguindo o método da introspecção. Na literatura, ‘dar para’, em seu uso modal, é analisado como verbo quase-auxiliar (Salomão, 2008; Souza, 2016), verbo pleno (Duarte, 2012; Souza, 2016) e verbo auxiliar (Coelho; Silva, 2014). Semanticamente, ‘dar para’ é tratado como um verbo fraco (Oliveira, 2001), que expressa modalidade epistêmica (Duarte, 2012; Coelho; Silva, 2014), modalidade facultativa (Souza, 2016) e modalidade raiz e deôntica (Veloso, 2007). Em nossa análise, mostramos que ‘dar para’ é um verbo funcional, que denota modalidade raiz fraca, expressando, preferencialmente, a modalidade circunstancial e, menos frequentemente, as modalidades deôntica e teleológica. Ele se diferencia sintaticamente dos verbos funcionais modais ‘poder’, ‘dever’ e ‘ter que’, por não favorecer o alçamento para a posição de sujeito e, semanticamente, por ser mais restrito em relação aos tipos de modalidade que expressa.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 ALFA: Revista de Linguística

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os manuscritos aceitos e publicados são de propriedade da Alfa: Revista de Linguística. É vedada a submissão integral ou parcial do manuscrito a qualquer outro periódico. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores. É vedada a tradução para outro idioma sem a autorização escrita do Editor ouvida a Comissão Editorial.