Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham)

Autores

  • Jacques Derrida
  • Maria José R. Faria Coracini

Palavras-chave:

Tradução anassêmica, Nicolas Abraham, psicanálise, fenomenologia,

Resumo

Com o intuito de apresentar a obra de Abraham intitulada A casca e o núcleo, tecem-se considerações em torno da tradução. Afinal, é o que Abraham faz, não apenas quando traduz termos de uma língua para outra, mas quando se serve da palavra no interior da mesma língua. Trata-se da tradução anassêmica que consiste em passar de uma palavra a outra, sem mudar de palavra, fazendo-as transbordarem de sentido. Assim, uma mesma palavra da língua usual, uma vez aspeada, designa o sentido intencional evidenciado pela redução fenomenológica; se grafada com letra maiúscula, remete a um processo de antes do sentido e antes da presença, passando da fenomenologia ao discurso psicanalítico, campo que se situa no solo do impensado da fenomenologia, desta guardando o que não lhe é possível perder. Assim, as palavras prazer, "prazer", Prazer não têm sentidos diferentes, menos ainda sentidos idênticos ou mesmo análogos; se não são homônimas, são menos ainda sinônimas. Prisioneira de sua própria contradição, a tradução teria como tarefa (im)possível traduzir em discurso o que lhe escapa por essência, ou seja, o não-discurso, o intraduzível e o inapresentável.

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Como Citar

DERRIDA, J.; CORACINI, M. J. R. F. Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham). ALFA: Revista de Linguística, São Paulo, v. 44, n. 1, 2001. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4289. Acesso em: 29 mar. 2024.