O AMOR É FEIO (E LINDO!): O ESVAZIAMENTO DA PREDICAÇÃO COMO CONCENTRAÇÃO DE VALOR

O AMOR É FEIO (AND BEAUTIFUL!): THE EMPTYING OF PREDICATION AS A CONCENTRATION OF VALUE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21709/casa.v16i1.17790

Palavras-chave:

Predicação. Foria. Debreagem. Semiótica da Canção. Posicionamento tribalista.

Resumo

Este trabalho apresenta um estudo da canção O amor é feio, composta e lançada por Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes no álbum Tribalistas (2002). Sob o aparato teórico-metodológico da Semiótica Discursiva (GREIMAS; COURTÉS, 2011; ZILBERBERG, 2012) e da Semiótica da Canção (TATIT, 2019, 1997), investigamos as estratégias de enunciação da canção no tratamento das relações amorosas. Com o predomínio quase total da debreagem enunciva e a recorrência de apenas dois motivos melódicos, a canção desenvolve a enunciação de dois pontos de vista sobre o amor, cujas predicações, que transitam de valores disfóricos a eufóricos, vão diminuindo progressivamente, até se esvaziarem, promovendo uma espécie de fusão sujeito-objeto, que parece resultar em um sentido pleno, numa valorização absoluta do amor.

Biografia do Autor

José Américo Bezerra Saraiva, UFC - Universidade Federal do Ceará

Graduou-se em Letras (Português-Francês) pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde também concluiu os cursos de Mestrado e Doutorado em Linguística. No ano letivo 2017-2018, fez estágio de pós-doutoramento em Semiótica na Université de Limoges, França, sob a supervisão de Jacques Fontanille. É Professor Associado da Universidade Federal do Ceará e leciona na Graduação em Letras e na Pós-Graduação em Linguística. Coordena o Grupo de Estudos Semióticos da UFC (SEMIOCE) e foi editor responsável pela revista Estudos Semióticos (USP) de 2013 a 2020, ao lado de Ivã Carlos Lopes. Integra a comissão editorial das revistas Estudos Semióticos (USP), CASA-Cadernos de Semiótica Aplicada (Unesp-Araraquara) e Entrepalavras (UFC). É autor dos livros A identidade de um percurso e o percurso de uma identidade: um estudo semiótico das canções do Pessoal do Ceará (2012), A trama poética em Caetano Veloso (2014) e Exercícios de Semiótica Discursiva (2016), este em colaboração com Ricardo Lopes Leite, com quem também organizou o livro A enunciação sob a perspectiva da Semiótica Discursiva (2021). Tem experiência nas áreas de Linguística e Semiótica, com ênfase em Teorias Linguísticas, Semiótica Discursiva, Semiótica da Canção e Análise do Discurso. Atua principalmente nos seguintes temas: sujeito, identidade, discurso e interdiscurso.

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Publicado

10/07/2023

Edição

Seção

Varia