NOS CAMINHOS DA FIGURATIVIDADE

Autores

  • Iara Rosa Farias UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo Campus Guarulhos

DOI:

https://doi.org/10.21709/casa.v8i2.3320

Palavras-chave:

figuratividade, percepção, corpo, significação

Resumo

No final da década de 90 do século passado e no início deste século, o conceito de figuratividade ocupou grande parte das discussões da Semiótica francesa. Observada nos primórdios da teoria como acabamento do discurso, no citado período, foi observado como acesso ao sentido. Neste último contexto, a figuratividade estava relacionada ao ato da percepção, instaurando um percurso direto ao sentido, segundo as investigações de Bertrand (2000) e Keane (1991), por exemplo. Tínhamos, então, uma espécie de “retorno” à fenomenologia de Merleau-Ponty, isto é, a percepção como instauradora do sentido. Os trabalhos de Fontanille (1998; 1999) e de Fontanille e Zilberberg (1998) davam um aporte mais discursivo a este ponto de vista, enquanto outros apontavam para a questão fenomenológica da percepção. Nos dias atuais, a figuratividade ainda é foco de interesse, no entanto, é preciso observá-la sob as reflexões dos últimos trabalhos que investigam a relação percepção, linguagem e sentido e (re)tomam a direção da primazia discursiva moldando a percepção. Noutros termos, a língua, na sua arbitrariedade, que categoriza e instaura a percepção do mundo. Mesmo que este ponto de vista já fosse esboçado em Bertrand (2000), as discussões atuais nos alegam que não há, inclusive, percepção sem linguagem, a percepção pura.

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Publicado

11/01/2011

Edição

Seção

Artigos