A SEMIÓTICA TENSIVA: UMA TEORIA IMANENTE DO AFETO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21709/casa.v13i1.7607

Palavras-chave:

Semiótica, Imanência, Transcendência, Afeto, Epistemologia, Realidade

Resumo

Este texto avança reflexões que buscam defender a hipótese de uma epistemologia do conhecimento humano, nomeada epistemologia discursiva. De estatuto imanente à linguagem, vem sendo preparada para rivalizar com a epistemologia das ciências naturais, via de regra realista, e com a epistemologia das filosofias, mormente transcendental. O texto é o quarto de um concerto de ideias, cujos três primeiros movimentos foram publicados, ou estão em vias de publicação, todos a procurar fundamentar tal epistemologia. Nascida da proposição do princípio do arbitrário e da Semiologia dele derivada, por F. Saussure, primeiro movimento, foi balizada pelo princípio da imanência da teoria da linguagem de L. Hjelmslev, segundo movimento, e edificada pelas proposições de A. J. Greimas em sua teoria semiótica, terceiro movimento. Seu progresso e eficácia heurística podem ser atestados na teoria da semiótica tensiva de Cl. Zilberberg, justamente porque avança um conhecimento sobre a região que mais desafia a imanência: a região do afeto, da sensibilidade. Geralmente tida por indócil à formalização, à estrutura, tal região é suposta como transcendente a uma gramática imanente do afeto. A semiótica tensiva de Zilberberg, integralmente subordinada à tradição linguística e ao princípio da imanência hjelmsleviana e greimasiana, ilustra a governança dessa epistemologia discursiva.

Biografia do Autor

Waldir Beividas, USP, Universidade de São Paulo, São Paulo

Possui graduação em Línguas Neo Latinas Português e Francês pelo Centro Universitário Fundação Santo André (1973), mestrado em Letras: Lingüística, pela Universidade de São Paulo (1983) e doutorado em Semiótica e Lingüística Geral pela Universidade de São Paulo (1992). Obteve Pós-doutoramento na EHESS -Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (Paris-França) em 1999. Foi Professor Adjunto da UFRJ no Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica de 1993 a 2003. Deste ano até 2006 foi Professor Colaborador do mesmo Programa. Atualmente é Professor Doutor no Departamento de Lingüística da USP (Graduação e Pós-Graduação). Sua pesquisa se situa na interface entre Lingüística, Semiótica e Psicanálise. Principais publicações: (a) Inconsciente et verbum. Psicanálise, semiótica, ciência, estrutura. São Paulo: Humanitas, 2000, 394pp.; (b) Inconsciente & Sentido. Ensaios de Interface. Psicanálise, Linguística, Semiótica. São Paulo: Annablume, 2009, 194pp.

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Publicado

26/08/2015

Edição

Seção

Artigos