Práticas e processos de produção do espaço urbano
Descentrando perspectivas
DOI:
https://doi.org/10.52780/res.v27iesp1.16225Resumo
Este ensaio, que abre o dossiê “Práticas e processos de produção do espaço urbano: descentrando perspectivas”, toma esse tensionamento como premissa. A perspectiva clássica que apreendeu e analisou a cidade como terreno do progresso civil, do desenvolvimento das potencialidades humanas – ou, então, como palco de reverberação de desconfianças e medos “modernos” –, perdeu de vista uma série de experiências de vida urbana que se acumularam e desenvolveram nas periferias do capitalismo global. Essas experiências são marcadas, de um lado, pelo passado colonial – e, portanto, pelos efeitos do tráfico negreiro transatlântico, da desterritorialização massiva de pessoas, da escravidão, do genocídio e do racismo –, que entrelaça historicamente “Norte-Sul” e “Sul-Sul”; de outro, pelos legados persistentes desse passado, que dificultam que problemas contemporâneos sejam resolvidos – como segregação, desigualdades, falta de infraestrutura, problemas na regulação e gestão urbano-ambiental, etc.
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