O crepúsculo da ética imperial habsburga em Bruno Schulz e Joseph Roth
Palavras-chave:
Nostalgia, Exílio, Império Habsburgo, Joseph Roth, Bruno Schulz,Resumo
Os escritores Bruno Schulz e Joseph Roth entraram para a história da literatura, respectivamente, como representantes da literatura polonesa e austríaca, como se pertencessem a mundos diversos. Entretanto ambos compartilharam de uma memória comum, que era a vida nas províncias orientais do Império Austro-Húngaro, nas cidades de Drohobycz e Brody, hoje pertencentes à Ucrânia. As obras de ficção de Schulz e de Roth fazem referência ao universo austro-húngaro e habsburgo, um reino milenar que via a si mesmo não simplesmente como uma realidade política, mas como um império que tinha como missão trazer a seus súditos uma forma de vida considerada superior do ponto de vista espiritual, ético e moral. A idéia do Sacro Império Romano Germânico, que se considerava portador de uma mensagem humana, subsistiu, até o século 20, no longo reinado do Kaiser Francisco José e neste sentido a 1ª Guerra Mundial significa não simplesmente o desmembramento político do Império Austro-Húngaro em seus diferentes componentes, mas também a falência de uma idéia de Estado que transcendia à esfera do meramente político para tornar-se um lar espiritual e cultural para seus súditos. O mundo que sobreveio à 1ª Guerra Mundial é marcado pelas tendências fáustico-titânicas de um individualismo materialista, que devota todas suas energias à produção e à acumulação de capital, e é sobre este novo mundo que Schulz e Roth olham em suas obras, sempre do ponto de vista de um universo anterior, marcado pela nostalgia de um exílio irreversível.
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