Missossos e makas: a performance da narradora em Insubmissas lágrimas de mulheres, de Conceição Evaristo

Autores

  • Telma Borges Unimontes ‒ Universidade Estadual de Montes Claros ‒ Departamento de Comunicação e Letras ‒ Montes Claros ‒ MG

Palavras-chave:

Ancestralidade, Conceição Evaristo, Missossos e Makas, Narradoras, Sororidade,

Resumo

O missosso é aquela narrativa da tradição oral angolana percebida como produto apenas do imaginário; a maka é uma forma de narrativa que relata um acontecimento representado como tendo sido vivido pelo contador ou por pessoa de sua intimidade ou por alguém de quem se ouviu falar. Essas duas formas, conjugadas nos contos de Insubmissas lágrimas de mulheres, levam à hipótese de que os procedimentos estéticos manuseados por Conceição Evaristo evidenciam não somente uma preocupação com a “griotização” da expressão narrativa, recuperando na escrita os procedimentos característicos da oralidade, mas também um procedimento de meta-autoficção, uma vez que o conjunto de histórias que compõem o livro discute o próprio ato de criação literária, além de sua unidade poder ser pensada como a décima quarta história, aquela que, a despeito de sua coletividade, conta a experiência da própria autora, que se inscreve enquanto escreve.

Biografia do Autor

Telma Borges, Unimontes ‒ Universidade Estadual de Montes Claros ‒ Departamento de Comunicação e Letras ‒ Montes Claros ‒ MG

Doutorado em Literatura Comparada pela UFMG, com a tese intitulada "A escrita Bastarda de Salman Rushdie", defendida em 2006. Atualmente é professora e pesquisadora do Departamento de Comunicação e Letras da Universidade Estadual de Montes Claros, onde desenvolve 3 projetos sobre a literatura de Guimarães Rosa.

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Publicado

11/02/2019

Edição

Seção

Literatura Negra Brasileira