Edições anteriores

  • AFETOS, DIÁLOGOS E RESILIÊNCIAS: A literatura portuguesa e as literaturas de língua portuguesa no mundo pós-pandemia
    n. 57 (2023)

    Dossiê temático dedicado ao XXIX Congresso Internacional da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa (ABRAPLIP) realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) entre 25 a 29 de setembro de 2023. Publicam-se textos selecionados apresentados em conferências, plenárias e semiplenárias. 

     

  • Literaturas de expressão feminina: além do tempo e do espaço
    n. 55 (2022)

    Nos últimos anos, como reflexo das questões mundiais contemporâneas que levantaram movimentos feministas como o Me too, percebeu-se também no cenário acadêmico um maior interesse pela literatura de expressão feminina. Com a pandemia, a literatura escrita por mulheres ganhou espaço para além da academia, pois é notável o número de clubes do livro, páginas nas redes sociais e influenciadores digitais dedicados à leitura e à discussão tanto de obras de autoras de clássicos da literatura universal, como de autoras contemporâneas brasileiras ou estrangeiras.

    A começar pelo trabalho fundamental de Mary Wollstonecraft com seu revolucionário A Vindication of the Rights of Woman de 1794, que influenciou todo o pensamento do século XIX, além do  pioneirismo de Jane Austen, que dentre tantas outras questões, colocou em xeque a condição da mulher naquela sociedade que adentrava o capitalismo agrário, tendo como única possibilidade de sobrevivência a dependência de um casamento bem sucedido, passando por outras grandes escritoras como as irmãs Brontë, Mary Shelley, George Eliot, Elizabeth Gaskell, Emily Dickinson, Louisa May Alcott, o século XIX consolida-se como momento inaugural e potente no que se refere à literatura de autoria feminina. Já o século XX traz novas ondas do feminismo, vozes imperativas como a de Virginia Woolf reivindicando Um teto todo seu (1929) para a mulher moderna, ao mesmo tempo que questiona a tradição literária feminina e a ausência de escritoras ao longo dos anos do cânone ocidental. 

    O presente dossiê tem como objetivo propor uma reflexão sobre as bases da literatura de expressão feminina, a partir do século XIX, passando pelo século XX, e sobre a sua importância na história da literatura, até chegar nas discussões contemporâneas que envolvem um debate interseccional de gênero, raça e classe.

  • n. 51, 2020

    Nesta nossa época de irrestrito triunfo tecno-digital e emergência climática, surgem legítimas e urgentes preocupações com a preservação da floresta, ameaçada por interesses vários. A tal ponto que um dos assuntos atualmente mais discutidos à escala planetária é precisamente a defesa do pulmão florestal da terra – a Amazónia. 

    A floresta não se restringe, evidentemente, à componente puramente ambiental e biológica. Como nos mostra Richard Pogue Harrison em Forests: The Shadow of Civilization, a floresta tem, de igual modo, sido ao longo dos séculos o espaço-chave de um imaginário extraordinário. Agora, em pleno século XXI, dominado cada vez mais pela Razão tecnológica e cada vez menos por consensos morais, tudo indica que a floresta se converteu no lugar de todas as preocupações. Dir-se-ia o último ponto de abrigo capaz de nos salvaguardar de uma catástrofe com proporções cataclísmicas. A floresta, numa palavra, adquire cada vez mais o valor de santuário. Um santuário frágil e à mercê da expansão radical da crise ecológica.

    Em suma, hoje, quando pesadas ameaças pairam sobre os espaços florestais, pondo em perigo os seus ecossistemas e os seus habitantes, sejam eles trabalhadores indígenas ou populações rurais, torna-se, mais do que nunca, necessário repensá-la sob pontos de vista múltiplos, inovadores e interdisciplinares. Assim, o número 51 da revista Itinerários, em sintonia com perspetivas ecocríticas, pretende acolher para publicação textos focados na temática florestal e, mais latamente, as relações entre literatura e ambiente.  

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