Saber sonhar: angústia, identidade e alteridade em um poema de Fernando Pessoa

Autores

  • Fábio Gerônimo Mota Diniz UNESP ‒ Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho ‒ Faculdade de Ciências e Letras ‒ Departamento de Literatura ‒ Araraquara – SP – Brasil.

Palavras-chave:

Alteridade, Angústia, Fernando Pessoa, Identidade, Sonho,

Resumo

Antonio Candido, em seu famoso texto O direito à literatura, compara a própria arte literária ao sonho, pois, para ele, da mesma forma que sem o sonho não seria possível haver equilíbrio psíquico, também a literatura recupera o elo com a nossa própria humanidade, garantindo certo equilíbrio social. Assim, o sonho aparecerá na literatura não apenas como topos, mas como motor da arte literária – podendo ser relacionado nesse sentido tanto ao conceito de mímesis quanto à própria poiésis – e, ainda, como acesso a essa humanização na arte. Buscando, portanto, essa simbologia do sonho, empreenderemos uma análise de um poema do português Fernando Pessoa, um autor para quem a reflexão sobre o tema parece transparecer algumas dessas percepções. Acreditamos que a aparição do sonho no poema aponta não apenas para esse diálogo metapoético entre literatura e imaginário, mas também para uma percepção da identidade e da alteridade como dimensões do indivíduo que seriam apreensíveis apenas em estado de sonho. Tendo em vista essa gama de relações, mobilizaremos neste artigo, além de Pessoa, algumas concepções de teóricos como Jacques Lacan, Søren Kierkegaard e Gaston Bachelard, além do supracitado Candido.

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Publicado

26/03/2018

Edição

Seção

Artigos