Ser algo além daquilo que é: identidade e racização do corpo em contos de Cadernos Negros

Autores

  • Denise Almeida Silva URI ‒ Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões ‒ Departamento de Linguística, Letras e Artes ‒ Frederico Westphalen ‒ RS ‒ Brasil.

Palavras-chave:

Cadernos negros, Contos, Corpo, Identidade, Racização,

Resumo

Este estudo objetiva analisar a representação literária da construção identitária e racização do corpo negro em contos de Cadernos Negros: “Pixaim” de Cristiane Sobral, “As máscaras de Dandara”, de Serafina Machado e “Orvalho da manhã”, de Michel Yakini. Nesses contos, a construção identitária põe em relevo a cor da pele e o cabelo, que são tomados como sinais diacríticos, ressaltando como é no e através do corpo, sede material de todos os aspectos da identidade, que o conflito racial é vivido ao longo da trajetória vital de um indivíduo. Sem recorrer a estereótipos, ou limitar-se à dualidade óbvia e simplista (o negro versus o não negro), as obras selecionadas trazem personagens cujos processos de construção identitária desenvolvem-se tanto a partir do olhar interior, pela autodefinição, como a partir do olhar do grupo vizinho. Apresentam conflituosos processos de rejeição/aceitação do ser negro, que ressaltam tanto os danos psicológicos advindos da recusa ao reconhecimento, discriminação continuada, e introjeção de tais ofensas como os ganhos conquistados através do orgulho ao pertencimento étnico racial, e valorização dos sinais diacríticos. A análise é baseada, sobretudo, no pensamento de Gomes (2002), Munanga (2008), Hall (2000), Silva (2000), Woodward (2000) e Todorov (2001).

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Publicado

26/03/2018

Edição

Seção

Artigos