Por uma “nova (des)ordem narrativa”: uma leitura de Trans Iberic Love, de Raquel Freire
Palavras-chave:
Desconstrução de gênero, Queer, Raquel Freire,Resumo
Diante da necessidade de luta pela (re)afirmação da liberdade de gênero em um contexto globalizado, tanto fisicamente como politicamente, Trans Iberic love, de Raquel Freire, demarca o lugar da literatura como força de desconstrução dos binômios de gênero e dos discursos retrógrados de uma sociedade heteronormativa. Neste sentido, o posicionamento ideológico e criador da autora estabelece contatos dialogantes com a crítica de João Barrento (2016) quando defende a existência de uma nova desordem narrativa sobre a escrita feita por mulheres na contemporaneidade. A partir da análise das diversas estratégias narrativas é possível apontar a múltipla desconstrução que esta obra apresenta, desde o narrador que se estilhaça em vozes não binárias e personagens ativistas e transexuais, até a desconstrução da própria forma e gênero textual, já que a categoria de romance se torna insuficiente em uma obra que pode ser lida também como ensaio sobre a teoria queer ou ainda como manifesto. Assim, com esta breve leitura, procuraremos demonstrar que esta “(des)ordem” narrativa na literatura, assim como os estudos de gênero, a ginocrítica e as teorias queer funcionam como ferramentas para ventilar aquilo que foge à norma social e que resiste à categorização e homogeneização em uma sociedade de culturas e papeis alienantes.
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