Entre morsas, parasitas e humanos não binários

pistas do Chthuluceno em “Large Animals” e “Together”, de Jess Arndt

Autores

  • Marcelo Branquinho Massucatto Resende Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp, Faculdade de Ciências e Letras – Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários – Araraquara – SP – Brasil https://orcid.org/0000-0002-0855-8653

Palavras-chave:

Literaturas trans, Chthuluceno, Identidades trans, Jess Arndt, Decolonialidade

Resumo

A literatura de autoria trans, no contexto da literatura estadunidense, é tradicionalmente ligada ao gênero autobiográfico. No entanto, verifica-se atualmente uma insurreição de vozes trans autorais que estão se manifestando também no gênero narrativo, mais especificamente, no conto. Os contos “Large Animals”, e “Together”, de Jess Arndt, apresentam elementos similares no que diz respeito aos desconfortos e incômodos do que significa ser lido socialmente como um sujeito e um corpo trans a partir da alteridade animal, que se manifesta na incômoda presença de um parasita intestinal no casal protagonista de “Together” e nas visitas noturnas de uma morsa à cama da protagonista de “Large Animals”. Buscaremos aproximar os elementos de identidade trans e alteridade animal que surgem nas narrativas de Arndt com as propostas de Donna Haraway (2016a; 2016b) para a aliança interespécies e a união entre passado, presente e futuro, ao qual ela chama do Chthuluceno, como forma de superação do Antropo/Capitaloceno e dos espectros da modernidade.

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Publicado

28/10/2021

Edição

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