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a póstuma defesa das mulheres de Jane Austen

Autores

  • Maria Clara Pivato Biajoli UNIFAL – Universidade Federal de Alfenas – Instituto de Ciências Humanas e Letras – Departamento de Letras – Alfenas, Minas Gerais, Brasil.

Palavras-chave:

Defesa, Jane Austen, Mulheres, Northanger Abbey, Persuasion

Resumo

O presente artigo analisa passagens selecionadas dos romances Northanger Abbey e Persuasion, da escritora inglesa Jane Austen, publicados em uma edição conjunta após sua morte, em 1817, para refletir sobre a mesma questão em ambos: a defesa das mulheres. No primeiro romance, Austen faz questão de se inserir em uma tradição literária composta por escritoras quando empreende sua famosa defesa do romance moderno, porém seu alinhamento é imediatamente apagado na nota biográfica escrita pelo irmão Henry Austen que acompanha a edição, e posteriormente o apagamento é reforçado com a biografia escrita pelo seu sobrinho James Edward Austen-Leigh, de 1870, ambos os textos tendo grande impacto na crítica literária de suas obras até o advento dos estudos feministas. No segundo romance, Austen efetua uma comparação entre sua heroína, Anne Elliot, e a personagem do Capitão Benwick para questionar a concepção de que as mulheres são física e emocionalmente mais frágeis que os homens e, por isso, mais inconstantes. Dessa forma, mostraremos que a justaposição de dois romances produzidos com uma grande diferença temporal entre eles acaba por iluminar uma constante na obra de Austen: as mulheres ao centro, apesar de seus erros.

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Publicado

29/09/2022

Edição

Seção

Literaturas de expressão feminina: ecos do século XIX