“O pessoal é político”

os movimentos feministas e o descentramento do sujeito pós-moderno

Autores

  • Luisa Benevides Valle Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Instituto de Letras. Departamento de Literatura Portuguesa. Rio de Janeiro, RJ, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i55.16463

Palavras-chave:

Público, Privado, Sujeito, Feminismo, Pós-modernidade

Resumo

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as implicações dos movimentos feministas para o descentramento do sujeito pós-moderno. Partindo da noção de sujeito vigente na Modernidade, isto é, de um Homem racional, único e situado no centro do conhecimento, analisaremos o abalo dessa noção na Pós-modernidade a partir dos movimentos feministas. Nosso recorte será o slogan feminista “o pessoal é político”: ao trazer a público questões até então confinadas ao privado, como o cuidado com os filhos ou a divisão doméstica do trabalho, tal noção abalou fortemente a ideia moderna de um sujeito inquestionável, senhor de si mesmo e detentor do conhecimento. O pessoal também adentrou a academia a partir da produção das intelectuais negras. Ao construírem teorias fundamentadas em questões pessoais, situando a si mesmas enquanto sujeito e objeto de estudo, tais intelectuais provocaram grande descentramento na figura que, até então, estava no centro do conhecimento: o homem, europeu e branco. Por intermédio desse breve percurso, nossa hipótese é a de que os movimentos feministas abalaram fortemente as noções de “público” e “privado” na Pós-modernidade, o que contribuiu para o descentramento do sujeito nos dias de hoje.

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Publicado

22/03/2023