Dois críticos do Naturalismo japonês e as leituras de seus críticos
Natsume Sōseki, Mori Ōgai e uma versão do Shishōsetsu
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i56.17639Palavras-chave:
Natsume Sōseki, Mori Ōgai, Kokoro, Vita Sexualis, Naturalismo JaponêsResumo
O trabalho assume duas frentes: primeiramente, releio argumentos de críticos ligados à Psicanálise e Estética, focadas no erotismo, em Kokoro, de Natsume Sōseki. Explorando os argumentos, tento observar como o texto literário é lido como transparente, testemunho para obter um laudo para Sensei e Watakushi, e quais são as aporias ao dar à literatura força suficiente para sustentar um laudo, sem considerar a ficcionalização da realidade como já mediada. Para matizar os argumentos considerados taxativos, em torno da construção das figuras homossexuais e heterossexuais em Kokoro, o segundo movimento traz como baliza Vita Sexualis, de Mori Ōgai, e suas tensões com a estética Naturalista. Almeja-se, pela exposição, demonstrar como o Romance do Eu (shishōsetsu) foi lido em paralaxe e, ao longo da tentativa de matização, tento demonstrar que os argumentos só podem ser levados às últimas consequências caso se insira a crítica literária como responsável pela tradução do desejo como transparente, a ponto de definições psicanalíticas proporem um laudo às personagens, e como o próprio shishōsetsu passa a ser reconhecido como primazia da narrativa autocentrada (e autobiográfica). As tensões são observadas para se justificar tal gesto como violência epistêmica, dado que, na construção argumentativa, o ignorado é a relação já crítica dos autores japoneses selecionados com o Naturalismo, tentando, na conclusão, balizar outras possibilidades de olhar os mesmos problemas da crítica selecionada (ou seja, em anuência com a análise dos desejos e do homoerotismo) e o observável disso, tendo em mente a aporia da situação repressiva da época.
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