Afetos e diálogos nos comentários de Faria e Sousa a Os Lusíadas:

a viagem do Gama em perspetiva

Autores

  • Maria Teresa Nascimento Universidade da Madeira. Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos. Funchal – Ilha da Madeira

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18679

Palavras-chave:

Os Lusíadas, Faria e Sousa, Afetos, Diálogo, Viagem do Gama

Resumo

Alguns anos após serem publicados os Comentários de Manoel Correia (1613), vêm as Lusiadas de Luis de Camoens comentadas por Manuel de Faria e Sousa (1639) reforçar e complementar o trabalho pioneiro do primeiro Comentador. A escassa distância que separa estas duas obras, se é significativa quanto ao interesse consagrado à epopeia, é também reveladora de que a excelência do poema justificava que, na esteira de outros autores como Donato ou Sérvio, por exemplo, que haviam comentado Virgílio, também agora Camões recebesse igual reconhecimento, pela pena de Faria e Sousa. Ditava-o, mais do que o interesse individual do Comentador, a certeza de que a receção da epopeia seria favorecida com a sua leitura exegética. Na verdade, a interpretação, a tradução, a pesquisa filológica e o cotejo com fontes diversas, com relevo mais ou menos acentuado, assumiam proporções notáveis, podendo desempenhar um importante papel de difusão da obra dos autores comentados. Guiados pelo temário deste Congresso, escolhemos dois dos seus termos: afetos e diálogo. Com o primeiro, analisaremos a começar, a relação que se estabelece entre o Comentador e o texto comentado ou com o autor deste, Luís de Camões, para depois partirmos para uma análise intratextual dos afetos, tal quais eles se patenteiam ao longo da viagem do Gama. Quanto ao diálogo, ele será observado no âmbito da rede de interconexão de textos que afluem a Os Lusíadas ou deles derivam.

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Publicado

06/03/2024