Alegorias da casa em ruínas nos romances de Hatoum e Lobo Antunes

Autores

  • Tatiana Prevedello UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Letras. Porto Alegre – RS – BrasilUFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Letras. Porto Alegre – RS – Brasil

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i58.18714

Palavras-chave:

Memória, Hermenêutica, Ruína, Casa, Ficção luso-brasileira

Resumo

A tese do Anjo da História, que instiga a pensar sobre a dispersão de ruínas, apresenta uma configuração central para a compreensão do tempo histórico. O significado alegórico do Angelus Novus, referido por Benjamin, é continuamente encenado no romance contemporâneo de Língua Portuguesa, a partir da fidelidade ao voltar o olhar para o passado, entendida, conforme afirma Ricoeur, como um dispositivo para a memória (in)feliz, que é acionada à medida que as personagens não conseguem esquecer os eventos transcorridos, repetidos em suas lembranças. Nesta perspectiva, embora Milton Hatoum e António Lobo Antunes apresentem características estéticas bastante diferenciadas na composição narrativa de seus enredos, compreendemos que inúmeros elementos podem aproximar os autores, sobretudo em aspectos referentes a elaboração hermenêutica da memória que se projeta sobre as ruínas históricas, continuamente rememoradas pelas personagens que habitam o espaço ficcional. Assim, nos propusemos examinar, nos romances Relato de um certo Oriente (1989) e O arquipélago da insónia (2008), a relação entre o espaço da casa e os escombros memorialísticos que subsistem às ruínas do passado.

Downloads

Publicado

19/03/2024