Ofélia e pessoa
dois fingidores
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18743Palavras-chave:
Ofélia Queiroz, Fernando Pessoa, CorrespondênciaResumo
O objetivo do presente trabalho é analisar a correspondência trocada entre Ofélia Queiroz e Fernando Pessoa. Como se sabe, estas são terras já bastante pisadas pela crítica, que, em geral, aponta uma relação dessemelhante entre o poeta experiente, já grande nome do Modernismo Português, e a jovem romântica, sonhadora e ansiosa por se casar. Nesse sentido, a imagem de Ofélia ficaria cristalizada na ideia de moça pueril, afeita aos diminutivos, tão ridículos quanto os apelidos amorosos criados para apimentar a relação epistolar. Eduardo Lourenço (2013), por exemplo, vê na correspondência travada pela “jovem burguesinha” e pelo “êmulo de Lautréamont” um diálogo entre o poeta “com outro ser que o amou sem literatura”. Leila Perrone Moisés (2000, p. 177), em outro artigo valioso sobre este diálogo epistolar, afirma: “Ofélia morreu solteira em 1991 [...]. Manteve-se sempre fiel, não apenas ao namorado, mas às exigências deste em matéria de discrição”. Tomando como ponto de partida os textos destes dois grandes críticos, buscaremos fazer uma leitura das cartas de Ofélia levando em consideração a sua disposição para o jogo amoroso e literário, o que, segundo a nossa perspectiva, a torna tão protagonista quanto o escritor de Ode marítima.
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