Portugal, povo de suicidas
uma leitura unamuniana d’O ano da morte de Ricardo Reis de José Saramago
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i58.18751Palavras-chave:
Saramago, Unamuno, O ano da morte de Ricardo Reis, Morte, SuicídioResumo
Este artigo visa apresentar Miguel de Unamuno como crítico literário da literatura portuguesa e como pensador das “tierras de Portugal” que impacta decisivamente o andamento narrativo e os sentidos ético-estéticos do romance O ano da morte de Ricardo Reis, publicado por José Saramago já em fins do século XX (1984). Desde uma perspectiva dialógica, aproximamos Saramago (interessa-nos sua produção romanesca dos anos 1980) e Unamuno (intelectual basco da primeira metade do século XX, falecido em 1936), para inscrevê-los no seio da cultura ibérica, de modo a pensar as conexões literárias e históricas entre o começo e o desfecho do “século dos extremos” (Hobsbawm, 2008) em Portugal. Focalizamos, sobretudo, o pensamento unamuniano sobre Portugal e a literatura portuguesa expresso nas obras Por tierras de Portugal y de Espanha (Unamuno, 1911) e Portugal povo de suicidas (coletânea de ensaios de Unamuno publicada em Portugal, em 1986), ressalvando o tom sepulcral desses apontamentos críticos. Com o aporte dos estudos de Carlos Reis (2022) sobre a prosa saramaguiana, discutimos a morte e a morte autoprovocada na tessitura da obra de 1984, bem como avaliamos a permanência do pensamento unamuniano na poética do Nobel português.
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