“Este nosso Portugal”
literatura, identidade e nação nas memórias do cárcere, de Camilo Castelo Branco
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i57.18762Palavras-chave:
Nation, Identity, Nineteenth-Century Literature, Camilo Castelo BrancoResumo
O conceito de representação, segundo Chartier (1998), se pauta em duas realidades distintas, mas que se interpenetram. Uma diz respeito às identidades coletivas, aos ritos, aos modos em que as instituições sociais se fundamentam. A outra se refere à identidade do sujeito, às formas de exibição individual e à avaliação desse indivíduo pelo grupo. Se representar significa dar visibilidade ao outro, historicamente, também significou silenciar o outro. A literatura como instrumento de questionamento das representações dominantes, obviamente, também projeta, mantém e subverte identidades individuais e coletivas. Em suas Memórias do Cárcere (1862), Camilo Castelo Branco, muito atento às contradições do Estado liberal e capitalista, procurou evidenciar o embate constante entre as forças conservadoras e os direitos individuais. A partir do ponto de vista dos excluídos, o escritor português apresenta um balanço, do Liberalismo no Portugal da Regeneração, mas sempre atravessado por impressões, por imaginações e por muita ironia. Ao escrever sobre o percurso de sua fuga para o interior do país e sobre o período de sua reclusão na Cadeia da Relação, em suas Memórias, Camilo também interpela e discute várias representações literárias da Pátria portuguesa e de sua gente.
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- 11/06/2024 (2)
- 06/03/2024 (1)
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