A figura paterna como representante do colonialismo português em África

duas formas de ressignificar a memória da infância acerca do papel do pai

Autores

  • Márcio Aurélio Recchia Doutorando em Letras – Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. USP - Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas – Programa de Pós-Graduação em Letras Clássicas e Vernáculas. São Paulo – SP – Brasil

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i59.19599

Palavras-chave:

Memória Colonial, Colonialismo, Racismo, Literatura Portuguesa, Cinema Português

Resumo

A escritora Isabela Figueiredo (Lourenço Marques, Moçambique, 1963) e a documentarista Diana Andringa (Dundo, Angola, 1947) compartilham a experiência comum de terem nascido e crescido em antigas colônias portuguesas em África. Há muito vivendo em Portugal, ambas possuem forte ligação afetiva com as terras onde nasceram. Além disso, elas produziram obras dedicadas à memória de seus pais, as quais lidam com recordações de suas infâncias em territórios coloniais onde explorações e várias formas de violências eram amplamente praticadas contra as populações locais. Embora pertencessem a classes sociais distintas, – o pai de Figueiredo era eletricista enquanto o pai de Andringa era engenheiro –, ambos gozaram dos privilégios de gênero e de raça dentro de uma estrutura colonial opressora enraizada no racismo, que, por sua vez, refletia as políticas da metrópole. Assim, este artigo tem como objetivo discutir como as autoras de Caderno de memórias coloniais (FIGUEIREDO, 2009) e do documentário Dundo, memória colonial (ANDRINGA, 2009) abordam as memórias de seus respectivos pais, homens que representaram, em diferentes graus, personificações do colonialismo português em África.

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Publicado

05/12/2024