O tédio contemporâneo nos romances de dulce maria cardoso

Autores

  • Larissa Fonseca e Silva USP – Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Letras Vernáculas. São Paulo – SP – Brasil https://orcid.org/0000-0003-4501-9293

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i59.19602

Palavras-chave:

Dulce Maria Cardoso, Romance português contemporâneo, Tédio, Contemporaneidade, Tempo

Resumo

Em 2002, Dulce Maria Cardoso publica seu primeiro romance, Campo de sangue, em que o tédio surge como um dos temas principais e, de forma irônica, como propulsor das atitudes dos personagens, que vivem para gastar o tempo. A questão do tédio passa, a partir daí, a permear outras obras da autora, ora relacionando-se aos dias imensos do período da infância ou, com mais frequência, associando-se aos dias sempre iguais tão retratados na literatura moderna a partir do século XIX. Neste ensaio, pretende-se dar foco a essa segunda representação do tédio com base em recortes dos romances Campo de sangue, Os meus sentimentos, O chão dos pardais e Eliete. Para essa leitura, será proposta, de forma breve, uma relação entre a apatia e ausência de perspectiva dos personagens de Dulce Maria Cardoso e o fim da tradição ocidental de esperança (Fromm, 2015) ou ausência de ilusões (Pessoa, 2019) prenunciada, no Portugal do início do século XX, pelo semi-heterônimo Bernardo Soares.

Biografia do Autor

Larissa Fonseca e Silva, USP – Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de Letras Vernáculas. São Paulo – SP – Brasil

Doutoranda em Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo (USP), desenvolvendo a tese "Ecos d'Os Lusíadas nas ruínas do império: Camões em romances pós-coloniais de autoria feminina". Mestra em Teoria Literária e Crítica da Cultura pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com a dissertação intitulada "Tradição, contemporaneidade e tédio no romance Campo de sangue, de Dulce Maria Cardoso" (2022). Licenciada em Letras também pela UFSJ (2020).

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Publicado

05/12/2024