Qualquer coisa que signifique

o protagonismo da linguagem no romance Ecologia, de Joana Bértholo

Autores

  • André Carneiro Ramos UEMG – Universidade do Estado de Minas Gerais – Departamento de Letras e Linguística. Passos – MG – Brasil

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v1i59.19611

Palavras-chave:

Joana Bértholo Romance, português contemporâneo, Geração dos novíssimos, Intersemiótica, Antropoceno

Resumo

O presente trabalho propõe uma leitura do romance Ecologia, de Joana Bértholo, explorando a criativa utilização de experimentações intersemióticas das mais diversas – QR codes, emojis, obras de arte, fotografias, simulações operacionais de computador, etc. –, que na instância narrativa em questão parecem querer atribuir à linguagem um tom de substancial protagonismo, com vistas à construção de uma reflexiva distopia. Para tanto, discutiremos essas e outras temáticas à luz de Byung-Chul Han (2015), Giovana Madalosso (2022), Italo Calvino (1990) e Michel Foucault (1996), examinando o caráter visionário dessa jovem autora, que problematizou em seu livro, dentre outros tópicos, o avanço de uma torpe atmosfera antidemocrática na atualidade, bem como o perigo do “antropoceno”, conceito metaforizado na trama por intermédio da “lógica dos ecos”, a evidenciar um crescente e hegemônico poder das megacorporações, com seus destrutivos impactos gerados/ampliados pelas mídias sociais e as Fake News, por exemplo. Na contracorrente disso tudo, a literatura ainda resistiria como um dos últimos territórios em que a cognição e a liberdade producentemente se resguardariam.

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Publicado

05/12/2024