Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis

o que fala ou cala em uma obra afro-brasileira

Autores

  • Brunno Vinicius Gonçalves Vieira UNESP – Universidade Estadual Paulista – Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários - Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas – SP – Brasil

DOI:

https://doi.org/10.58943/irl.v2i59.19759

Palavras-chave:

Maria Firmina dos Reis, Literatura Afro-brasileira, Manuel Odorico Mendes, Recepção da Literatura Clássica, História da Tradução

Resumo

O artigo oferece um panorama do contexto literário de São Luís do Maranhão, a “Athenas Brazileira”, desde o início do séc. XIX até a publicação de Úrsula (1859). A partir da delimitação desse espaço de literatura brasileira e de tradução de literatura estrangeira, procura-se identificar alguns modelos estilísticos e temáticos com os quais Maria Firmina dos Reis dialoga, estabelecendo aproximações sobre a origem da dicção produzida no romance, bem como sobre a contradição (ou contradicção) que a autora constrói a fim de reinventar seus intertextos no horizonte de sua crítica à sociedade patriarcal e ao sistema escravocrata. Investiga-se, também, o silenciamento sobre Maria Firmina dos Reis e sobre Úrsula, especialmente no seu contexto imediato. Embora a autora maneje artificiosa o erudito veio estilístico de seu tempo, a sua exclusão do meio literário revela as ideologias coloniais ainda dominantes e coloca em xeque a real vigência de ideais educativos e culturais iluministas no período.

Biografia do Autor

Brunno Vinicius Gonçalves Vieira, UNESP – Universidade Estadual Paulista – Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários - Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas – SP – Brasil

Doutor em Estudos Literários e Professor do Departamento de Lingüística da Faculdade de Ciências e Letras - UNESP/Araraquara

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Publicado

05/12/2024