Sobre Joanas, Paulas e Mari(s)as
a contrução dos feminismos e os bastidores dos afetos ao redor de Helder Macedo
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i60.20257Palavras-chave:
Helder Macedo, Feminino, Literatura, UtopiaResumo
Esse texto, que abriu o nosso evento realizado na UFSCar, em São Carlos, quis estar à altura do escritor português renomado - e do homem - Helder Macedo. Ele foi escrito após a minha conversa com Helder e, portanto, procurei trazer os assuntos que estavam me movendo naquele momento. Eu também estava comovida - e permaneço - pelo contato com as estudiosas brilhantes que se dedicam ao estudo da obra de Helder - mulheres efusivas, pesquisadoras entusiasmadas, com cuja energia me senti, de certa maneira, identificada, como não poderia deixar de ser, me parece, dada a nossa paixão comum por Helder Macedo. Pretendi trazer para esse texto um pouco da ausência de fronteiras entre o “dentro” e o “fora” do texto literário, estudando a construção estética de personagens femininas como Joana, de Vícios e virtudes (2002), e de Paula, de Pedro e Paula (1999), misturada (essa construção narrativa) com as palavras do escritor sobre essas personagens - do homem Helder Macedo - ditas a mim no momento da nossa conversa. Ampliando a falta de divisórias entre realidade e ficção presente em toda a obra de Helder Macedo, eu quis mostrar a minha experiência literária como leitora ávida dessas personagens, bem como, a maneira como as leio e como me sinto lida por elas, que me tem formado e me feito existir melhor, como mulher, para além das bordas da narrativa. A partir da construção de Joana e de Paula, meu texto ainda traz um exercício de reflexão sobre temas como a utopia, o controle e o poder - no feminino, especialmente - como o quer nosso Helder Macedo, esse escritor, crítico e poeta que se deleita ao se aproximar de nós, mulheres, e de nosso desejo de plenitude, ensinando, por meio de sua ficção, o movimento fundamental da alteridade.
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