Ressignificando o "Anjo do Lar" através da autobiografia e da androginia nas obras de Virginia Woolf
DOI:
https://doi.org/10.58943/irl.v1i61.20348Palavras-chave:
Virginia Woolf, To the Lighthouse, Anjo do Lar, Androginia, AutobiografiaResumo
Neste artigo abordamos a figura do “Anjo do Lar”, figura paradigmática inspirada no poema homônimo do poeta vitoriano Coventry Patmore, do ensaio de “Professions for Women” de Virginia Woolf. No ensaio Woolf afirma ter que matar o Anjo, espectro de modelo de feminilidade ideal vitoriana, para finalmente conseguir escrever livremente. Traçamos essa figura paradigmática para além do ensaio de Woolf e a encontramos novamente não apenas em sua ficção, mas também em seus escritos autobiográficos representado por sua mãe, Julia Stephen. Sendo assim, percebemos como as memórias reais de Julia e do relacionamento da pequena Woolf com seus pais se transforma em ficção em seu romance de 1927 To the Lighthouse, demonstrando como a relação de Woolf com seus pais deu origem a seu posicionamento feminista ao longo de sua carreira. Por fim, sugerimos, com o pesquisador Davi Pinho (2015), que a profanação do “Anjo do Lar” é, na verdade, o ponto fundamental para a escrita das mulheres ser livre e apontamos a androginia, como defendida por Woolf em A Room of One’s Own (1929) como saída para a mulher escritora romper com as limitações do mundo privado e viver livremente no mundo público.
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