A arquitetura discursiva em Dom Casmurro: narradores dissimulados e duplos ou a cisão da trama narrativa
Palavras-chave:
Literatura brasileira, Crítica literária, Machado de Assis, Dom Casmurro, Narrador, Arquitetura narrativa,Resumo
Este artigo, escrito por ocasião do centenário da morte de Machado de Assis, tem como objetivo reler o romance Dom Casmurro, obra que tem despertado a paixão de leitores das mais variadas épocas. Tal paixão rendeu acalorados debates, julgamentos e uma riquíssima fortuna crítica, que conta, dentre outros nomes, com Raymundo Faoro, Roberto Schwarz, Helen Caldwell, John Gledson – interpretações já consideradas clássicas – bem como com releituras mais recentes, atentas às minúcias, como a de Marta de Senna, Letícia Malard e Fábio Figueiredo Camargo. Partindo da história, pretendemos também lançar luz sobre o aspecto que a tantos seduziu: a ambiguidade da arquitetura narrativa que, disfarçada de reminiscências, primeiramente anda em um vagar calculado para, na segunda metade, ir às pernadas. Esta arbitrariedade, uma dentre muitas, aponta para a cisão da narrativa – e do sujeito – que, ao nos fazer crer, enganosamente, que narra a estória de Bentinho e Capitu, narra na verdade a sua transformação em Dom Casmurro. A casa de Matacavalos, neste quadro, funciona como analogia da (re)construção/fabricação da memória e da narrativa.
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