Fronteiras da subjetividade e a representação da realidade em Anna Seghers

Autores

  • Patrícia Helena Baialuna de Andrade UNESP – Universidade Estadual Paulista. Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Araraquara – SP – Brasil.

Palavras-chave:

Realismo, Anna Seghers, Literatura de Exílio,

Resumo

A literatura produzida pelos escritores alemães forçados a deixar o país entre 1933 e 1945 compõe o rico e heterogêneo conjunto de obras da Exilliteratur. De vertentes e estilos variados, esses escritores, que dificilmente poderiam ser considerados como pertencentes a um movimento coeso, enfrentaram as dificuldades do exílio ao escrever e publicar suas obras que, frequentemente, revelavam uma clara oposição ao fascismo. É o caso das publicações assinadas por Anna Seghers; a autora, assídua colaboradora de periódicos e associações que buscavam articular um movimento de resistência intelectual ao nazismo, tem em sua extensa bibliografia como um de seus principais títulos Transit [Em trânsito]. O romance, que retrata os entraves da emigração europeia a partir da cidade francesa de Marselha, relata de modo contundente a condição na qual milhares de europeus se encontravam em 1941. Ficção ancorada em sólidas referências históricas e espaciais, a subjetividade do narrador-protagonista e das demais personagens corrobora a verossimilhança do enredo, fazendo com que a obra seja comumente associada pela crítica ao fato histórico da invasão alemã à França e à massiva migração que a seguiu. O objetivo deste artigo é apontar para os elementos que constituem o realismo do romance, contextualizando-o e aproximando-o, embora notadamente ficcional, dos relatos testemunhais que se multiplicaram dentre as publicações da Literatura de Exílio.

Downloads

Edição

Seção

Literaturas de língua alemã