Tradição e apropriação: El hacedor (de Borges), remake de Fernández Mallo
Palavras-chave:
Autoria, Originalidade, Fernández Mallo,Resumo
O cenário cultural espalha indícios de que a figura do autor ocupa no contemporâneo uma posição ambivalente. Ao mesmo tempo em que não podemos nos descartar tão facilmente de seu nome e da função que exerce na relação que mantém com o texto literário, já convivemos com episódios e obras que demonstram um desprendimento, um deslizamento dessa mesma função, sugerindo uma reinvenção do modo de inscrever assinaturas. Assim, a comunicação quer apostar no comentário de um estudo de caso em particular: trata-se de El hacedor (de Borges), remake do escritor espanhol Agustín Fernández Mallo. Identificando nesse texto uma estratégia de composição que recicla ideias e imagens já presentes na obra de Jorge Luis Borges, é fácil ver como tal procedimento de escrita ganha fundamento teórico se consideramos as noções de “escrita não-criativa” tal como elaborada por Kenneth Goldsmith e “gênio não original”, investigada por Marjorie Perloff. Nesse sentido, a hipótese é que a “apropriação criativa” em operação pode ser considerada como uma estratégia de redimensionamento dos modos de entendimento da autoria na dinâmica de forças do sistema literário, comprometendo, por tabela, a noção de obra, de originalidade e o próprio conceito de literatura.
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