A musa desdobrada: trajetórias do eu ao outro na obra de Adalgisa Nery
Palavras-chave:
Nery, Poesia modernista brasileira, Outridade, Retrato literário,Resumo
Admirada por Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Jorge de Lima, Adalgisa Nery se tornou musa do círculo de artistas que frequentavam a casa do pintor Ismael Nery. Paralelamente, sua trajetória de vida e obra culmina com um silenciamento autoimposto, que durou até sua morte. Tal recolhimento de Adalgisa, numa estância-asilo em Jacarepaguá, por vezes pode ser pensado não apenas como uma escolha pelo afastamento da sociedade – na qual exerceu carreira política, interrompida nos anos 1960 pela cassação de seu mandato –, mas como um sinal da incompreensão de sua obra, espécie de retrato feminino e feminista da intelectual moderna no Brasil. Nessa encruzilhada entre o culto aurático da musa e a voz singular da poetisa e ficcionista, sua obra será analisada a partir de um tema fundamental de sua escrita: os trânsitos instáveis e complexos entre o eu – a construção de uma voz poética própria – e o outro –, encarnado no exterior, no mundo, ou na figuração do corpo como matéria alheia ao espírito.
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