Gênesis de Cecília Meirelles: hologramas do panteísmo

Autores

  • Camillo Cavalcanti

Palavras-chave:

Autoria feminina, espiritualismo, poesia brasileira, religiosidade, Brazilian poetry, women´s writing, religiosity, spiritualism,

Resumo

Oferece-se um estudo das primeiras publicações de Cecília Meireles. Pretende-se demonstrar a sólida influência do subjetivismo metafísico, característica do primeiro quartel do século XX, em Nunca mais... e poema dos poemas, de 1923, e nas Baladas para el-rei, de 1925, consolidando-se como tendência fundamental ao longo das produções cecilianas seguintes, i.e., a partir de Viagem, de 1939. Argumenta-se, também, como o panteísmo –organização dos insumos da metafísica – responde a essa intrínseca relação entre o eu e o cosmos, confundido (este) com theos, enquanto força mítica e agente da Criação. A melancolia interage nesse universo, deflagrando uma problemática existencial, revelando um conflito amoroso e furtando as cores das paisagens. Como se percebe uma alta espiritualidade, a tensão entre espiritualismo e simbolismo não se resolveu, como quer a crítica, por nenhuma das extremidades, mas por uma configuração espiritual nova e totalmente distinta: monismo e ou teísmo, afins do panteísmo.

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Publicado

29/06/2007

Edição

Seção

Artigos