A “questão da violência” emerge como um problema social central no Brasil e em vários países da América e da Europa principalmente a partir dos anos 1980. Cabe observar que esta emergência é concomitante à da corrupção. Ambas são vistas como “problemas”, mobilizando políticas públicas, debates calorosos, demarcando “lados” que expressam visões diferentes sobre as nossas possibilidades de vida em comum. A emergência da violência (ou da corrupção) como um problema social revela a disposição de um confronto. Quem luta e quais são os objetos que estão sendo disputados? Quais são as configurações de poder que emolduram este confronto? Este confronto parece ter um território bem demarcado: as periferias urbanas. Parece contar com um alvo central: jovens pobres, imigrantes de primeira ou de segunda geração. Aponta para a disputa sobre as formas de controle social, em sociedades em transformação.