Acesso aos serviços de saúde na Rede Santa Marcelina-SP: um estudo sobre o “Território Cidade Tiradentes”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.32760/1984-1736/REDD/2020.v12i2.15547

Palavras-chave:

Avaliação do Acesso, Redes de Atenção à Saúde, Políticas Públicas de Saúde, Território Cidade Tiradentes, SUS

Resumo

O acesso à saúde é um direito constitucional desde 1988 no Brasil. Ele envolve inúmeros e complexos problemas que vão desde a ampliação da oferta de serviços na rede básica de saúde até o adequado atendimento de uma demanda cada vez mais crescente e necessitada. Ao analisar a literatura especializada constatou-se a existência de poucos estudos com um olhar sistêmico, capaz de identificar os problemas de acesso, integrando as percepções dos principais atores envolvidos: usuários, profissionais da saúde e gestores das instituições. A pesquisa foi realizada no ano de 2019 e teve como foco o “Território Cidade Tiradentes”, que é parte da “Rede de Atenção à Saúde Santa Marcelina”, situada na zona Leste de São Paulo. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa consistiu em um estudo exploratório e qualitativo que utilizou, principalmente, entrevistas semiestruturadas e análise documental para a caracterização da referida rede e território, bem como dos atores envolvidos e dos serviços ofertados. A análise dos resultados da pesquisa foi organizada a partir das dimensões estrutural, relacional e operacional, sugeridas pela literatura. A dimensão estrutural, embora avaliada de forma muito positiva pelo tamanho e diversidade de serviços, apresentou severos problemas de integração da rede e a ausência de alinhamento sobre a estrutura e os fluxos de funcionamento do sistema de saúde, o que impacta negativamente o acesso aos serviços de saúde. Na dimensão relacional, a necessidade e a expectativa de imediato atendimento por parte dos usuários aprofundam os problemas de credibilidade, gerados pela falta de resolutividade do serviço, o que reflete na relação entre o profissional e o usuário. Com isso, o usuário busca outras portas para o atendimento. Na dimensão operacional, profissionais de saúde e usuários relataram importantes lacunas na regulação do sistema e problemas na cobertura da ESF, na marcação de consulta, no acolhimento, além de barreiras geográficas. Acredita-se que as informações obtidas neste trabalho são importantes para compreender os fatores que influenciam o acesso aos serviços de saúde do território estudado, o que contribui para o desenvolvimento de estratégias voltadas para a melhoria do acesso. Outra conclusão da pesquisa versa sobre a necessidade de maior adequação às necessidades dos usuários e de ampliação da participação social na gestão local para acompanhar as mudanças nas necessidades, dirimir as divergências entre os atores sociais e melhorar a qualidade do acesso.

 

 

Biografia do Autor

Gustavo Oliveira, Universidade de Araraquara-UNIARA

Gestor hospitalar, coordenador e docente no ensino superior.  Mestre em administração, Doutor em políticas públicas - Universidade de Araraquara-UNIARA.

Helena Carvalho De Lorenzo , Universidade de Araraquara - UNIARA

Vice Coordenadora e docente do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente - Universidade de Araraquara-UNIARA

Alessandra Santos Nascimento, Universidade de Araraquara  - UNIARA

Doutora e mestre em Sociologia pela UNESP/Araraquara e especialista em Governança Pública e Novos Arranjos de Gestão. Professora-colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente da Universidade de Araraquara  - UNIARA.

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Publicado

18/01/2022

Edição

Seção

Artigos