De volta ao campo: estratégias para se viver a pobreza

Autores

  • Maria Inês Rauter Mancuso
  • Patrícia Alves Ramiro

DOI:

https://doi.org/10.32760/1984-1736/REDD/2010.v2i2.4149

Palavras-chave:

Reforma agrária, Representações sociais, Migração

Resumo

Este estudo compara, contrapondo, dois estudos feitos em locais e em momentos distintos do Estado de São Paulo. Tem, como objetivo básico, comparar a percepção que indivíduos e grupos residindo no campo têm sobre o campo e a cidade, utilizando essa percepção para justificar seus movimentos migratórios ou a ausência deles. Busca destacar as relações que esses processos têm com a vivência da pobreza. Do ponto de vista temporal, o primeiro dos estudos foi realizado no início da década de 70 do século XX, na Região Central do Estado, explorando sistematicamente as motivações para a permanência no meio rural. O momento se caracterizava pela frequência significativa de estudos sobre migração ruralurbana. O estudo então realizado aconteceu na contra mão dos movimentos migratórios. O segundo estudo realizou-se no início do século XXI, no Pontal do Paranapanema, com indivíduos e grupos que, pela oportunidade de assentamentos rurais aberto pelo Governo do Estado na região, realizaram a migração urbano-rural ou viram na reforma agrária uma forma de permanência no campo. O Pontal do Paranapanema, localizado na Região de Presidente Prudente, a oeste no Estado de São Paulo, é a segunda região mais pobre do Estado. O momento representado pelo primeiro estudo foi, portanto, atualizado a partir das preocupações suscitadas na segunda pesquisa. Sobressai, porém, a similitude das representações que se tem da cidade, o que confere, a estudos tão distantes no tempo e no espaço, conexões de sentido.

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