SOBRE A VERIDICÇÃO NO RETRATO FOTOGRÁFICO
ABOUT VERIDICTION IN THE PHOTOGRAPHIC PORTRAIT
DOI:
https://doi.org/10.21709/casa.v15i1.12692Palavras-chave:
Fotografia. Retrato. Autorretrato. Plano da Expressão. Selfie. Veridicção.Resumo
Após quase duzentos anos da invenção da fotografia como processo analógico de captura e de impressão de uma imagem visual, não são raras as vezes em que somos pegos em um movimento automático de naturalização do texto fotográfico. Tal fato pode ter sido em parte potencializado pelas facilidades tecnológicas atuais relacionadas ao ato de fotografar, notadamente pelas câmeras fotográficas digitais e seus recursos disponíveis cada vez maiores nos chamados smartphones, os quais tornaram a ação de tirar uma foto algo extremamente corriqueiro, presente em inúmeras situações cotidianas. Este artigo objetiva discutir aspectos desse estatuto imagético fotográfico, isto é, o seu status de equivalente, de substituto da semiótica do mundo natural, estabelecendo o que a semiótica francesa entende por contrato de veridicção (GREIMAS; COURTÉS, 2008). Abordaremos neste trabalho algumas das estratégias responsáveis pelo efeito de sentido de verdade no texto fotográfico, especificamente àquelas vinculadas ao retrato e ao autorretrato, de sua versão analógica à cultura da selfie, esboçando uma hipótese de trabalho particularmente relacionada a como certas práticas semióticas no plano de expressão (FONTANILLE, 2005, 2015) ligadas à veiculação desse tipo de autorretrato contemporâneo podem contribuir para a promoção de seu efeito de sentido verdade.
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