Lógicas distintivas, circulação cultural e tensionamento de fronteiras simbólicas

produção cultural das e nas periferias de São Paulo-SP

Resumo

Nas duas últimas décadas, a cidade de São Paulo vem sendo palco da implementação de políticas públicas de incentivo à produção cultural realizada em suas diversas regiões periféricas, ocasionando a ampliação de iniciativas e coletivos culturais, que sinalizam e reivindicam marcas da experiência e sociabilidade locais. Paralelamente, processos sociais mais amplos – como a intensificação da circulação de repertórios pela mundialização da cultura e políticas de inclusão social – vêm possibilitando a ampliação da circulação de agentes periféricos por espaços de consagração da cultura legítima, antes restritos aos grupos dominantes. Em face deste cenário, o artigo sugere a hipótese de configuração de uma modalidade de capital cultural específico, que combina a experiência cotidiana da periferia com a incorporação de linguagens e formas de expressão legitimadas pelas instâncias de consagração, enfatizando as formas como este capital vem sendo mobilizado no tensionamento das lógicas de distinção que sustentam as hierarquias simbólicas estabelecidas.