Educar para regenerar e selecionar. Convergências entre os ideários eugênico e educacional no Brasil
Palavras-chave:
Eugenia, Biopoder, Seleção, Regeneração, Educação eugênica,Resumo
O artigo discute algumas convergências entre o pensamento eugenista e o pensamento pedagógico brasileiro do início do século 20. O ideário eugênico incluía a convicção de que diferenças individuais eram biologicamente determinadas e isso foi considerado um avanço por educadores como Fernando de Azevedo (1894-1974), membro da Sociedade Eugênica de São Paulo (1918-1919), pois, nessa perspectiva, todo indivíduo teria o direito a ser educado e regenerado até onde suas “aptidões permitissem”. A educação deixaria de ser privilégio de condição social para constituir “direito biológico”, propiciando a seleção “dos mais bem-sucedidos” e a construção da “hierarquia das capacidades”. Esse entendimento evoca o que Michel Foucault denominou “biopoder” – um modo de tratar os fenômenos coletivos como problema biológico e político – para cuidar do “homem-espécie” e não apenas do indivíduo, garantindo normas capazes de distribuir os indivíduos em um “domínio de valor e utilidade” e instalando mecanismos para qualificar e hierarquizar populações. Muitas dessas questões permanecem no debate educacional contemporâneo.
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