Graciliano Ramos: configurações autobiográficas
Palavras-chave:
Graciliano Ramos, Autobiografia, História, Testemunho, Confissão, Personagem de ficção,Resumo
Se, para muitos teóricos e/ou críticos, toda obra literária tem algo de autobiográfico, na produção de Graciliano Ramos ele é manifesto. O fato de traços da biografia do escritor apresentarem-se em sua obra, em maior ou menor grau e de modo diferenciado, levou-nos a procurar estabelecer uma proposta de classificação de seus escritos em que esses elementos são mais visíveis ou em que a autobiografia se configura por meio da personagem de ficção. Com esse objetivo, foram levantados os componentes relativos ao campo da autobiografia e analisados os modos como eles se manifestam. Partindo desse exame, pudemos identificar, na produção de Graciliano Ramos, quatro espécies de recorrência à autobiografia, que nos permitiram chegar a uma proposta de distinção das obras de acordo com a seguinte tipologia: autobiografia histórica ou convencional em Infância de 1945; autobiografia de testemunho em Memórias do cárcere de 1953; autobiografia de ficção em Angústia de 1936 e autobiografia de personagem de ficção em São Bernardo de 1934. A análise dos textos em pauta demandou a reflexão sobre as relações entre memória e história, objetividade e subjetividade, confissão e testemunho entre outras. Para tal empreendimento investigativo recorremos a elaborações teórico-analíticas de estudiosos como Antonio Candido, Alfredo Bosi, Mikhail Bakhtin, Philippe Lejeune e Giorgy Lukács entre outros.
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