Escritas de si e uma agenda contemporânea: o inevitável fim do pacto autobiográfico?

Autores

  • Rodrigo Ordine UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Instituto de Humanidades e Letras. Redenção – CE – Brasil. 62790-000

Palavras-chave:

Pacto autobiográfico, Ficção, Manufatura, Ficcionalidade, Escritas de si,

Resumo

A teoria de Philippe Lejeune (1996) foi responsável por um marco epistemológico para pesquisas no campo do gênero autobiográfico. Neste artigo, contudo, propõe-se a reavaliação das definições iniciais do pesquisador francês a partir da análise da obra Beira-mar (1985), de Pedro Nava, em diálogo com as proposições críticas de José Carlos da Costa (2007). Aventa-se, ainda, a referencialidade a outras obras literárias, tais quais Romance negro com argentinos (2001), de Luisa Valenzuela, O aleph (2001), de Jorge Luís Borges e Como me hice monja (2004), de César Aira. Em acréscimo, pretende-se discutir o gênero autobiográfico a partir da posição crítica de teóricos como Robert Folkenflik (1993) e Jerome Bruner (1993), objetivando defender uma noção de ficção como manufatura, apoiada no conceito de ficcionalidade, como definido por Heidrun Krieger Olinto (2003). Dessa forma, intenciona-se assinalar, como uma das agendas contemporâneas das escritas de si, a hipótese da prescindível categoria de pacto autobiográfico para a composição, recepção e/ou análise de obras literárias de cunho autorreferencial.

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Publicado

21/10/2015

Edição

Seção

Escritas do eu