Raizes do horror medieval ao malefício demoníaco do feminino: alguns casos exemplares

Autores

  • Pedro Carlos Louzada Fonseca UFG ‒ Universidade Federal de Goiás ‒ Faculdade de Letras ‒ Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística ‒ Goiânia ‒ GO ‒ Brasil.

Palavras-chave:

Demonização, Horror medieval, Malignidade feminina,

Resumo

Este artigo examina alguns dos mais significativos exemplos que constituem os sintomas do horror medieval ao malefício demoníaco do feminino. Partindo de narrativas míticas e fabulosas de emblemáticas figuras da malignidade feminina da tradição antiga e medieval, tais como as mulheres-serpentes, as górgonas e o basilisco, o artigo traz depoimentos misóginos de santos teólogos da Igreja medieval e de leigos comentadores sobre a natureza monstruosa da mulher, chegando à sua “sagração” demoníaca no final da Idade Média. A hipótese de reflexão dessa conjugação maléfica é a natural disposição dessa categoria do malefício em direção ao deformado e monstruoso. Esse conluio teológico da mulher com o diabólico, aferido na representação da bruxa e da feiticeira medieval, tem as suas propriedades conferidas no Malleus maleficarum (O martelo das feiticeiras), um dos mais eficientes manuais inquisitoriais da época examinado em algumas das suas passagens fundamentais pertinentes ao tratamento temático do artigo. Finalmente, o artigo propõe, para além da instrução que poderá proporcionar sobre o assunto, apresentar uma proposta de valor indubitavelmente ético, de combate aos preconceitos, à misoginia, que tão duramente malsãos e perversos, ainda nos dias atuais, atingem as pessoas e a nossa sociedade.

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Publicado

27/02/2019

Edição

Seção

O Gótico e as Mulheres