Makunaimã no palco da literatura indígena contemporânea
autoria coletiva e resistência política 90 anos depois de Macunaíma
Palabras clave:
Literatura indígena brasileira, Makunaimã, Macunaíma, Pós-colonialismoResumen
O presente artigo reflete sobre o diálogo estético-político que a obra Makunaimã: o mito através do tempo (2019) estabelece com a rapsódia Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928), de Mário de Andrade. Traçamos um percurso analítico pelo teor e características definidoras da publicação de 2019 até compará-la com o Macunaíma andradino. Então, explicitamos como é possível integrar Makunaimã no bojo das literaturas indígenas do Brasil atual e, mais que isso, discutimos porque é importante fazê-lo (tendo por amparo crítico Graúna, Krenak e Inês de Almeida). Sob a perspectiva teórica pós-colonial (com Fanon, Spivak e Bhabha), estabelecemos diálogos entre Makunáima ou Makunaimã, a divindade indígena do tempo imemorial, e as vozes indígenas de nosso tempo, pensando a obra coletiva indígena como uma ação pós-colonial. Nesta arena, estão em disputa as visões colonizadoras e as investidas anticoloniais, flagradas por uma obra artística multiforme e inacabada, que tem muito a dizer sobre as literaturas brasileiras através do tempo.
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