“Eu não serei eu, eu serei nós”
a comunidade imaginada de Jacinta Passos
Palabras clave:
Jacinta Passos, Comunidades imaginadas, Decolonialidade, Feminismo, UtopiaResumen
Jacinta Passos (1914 – 1973) foi uma escritora baiana, professora, jornalista, militante política e feminista. Neste artigo, realizamos uma leitura de poemas publicados nos livros Momentos de poesia (1942), Canção de partida (1945) e Poemas políticos (1951), reunidos no volume organizado por sua filha, Janaína Amado, intitulado Jacinta Passos, coração militante (2010). A nossa análise pauta-se na perspectiva do “contemporâneo” de Agamben (2009), da noção de “comunidades imaginadas” de Anderson (2008) e nos estudos decoloniais. A utopia no horizonte da obra de Jacinta Passos revela o duplo gesto do escritor contemporâneo, referido por Agamben, de aderir a seu próprio tempo e, ao mesmo tempo, dele se distanciar para melhor conseguir vê-lo. O tratamento dado, pela escritora, às desigualdades de raça, gênero e classe, assim como o mergulho no tempo da existência, da experiência, nos seus poemas, permitem-nos interrogar o tempo linear das grandes narrativas que deram sentido ao projeto da modernidade e abrir espaço para outras temporalidades, para a construção ativa do nosso próprio presente.
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